CRISES ECONÔMICAS E CICLOS POLÍTICOS NA ARGENTINA, 2001 – 2015

Luiz Eduardo Simões de Souza

Resumo


Em 2001, o que foi descrito como a pior crise econômica da época irrompeu na Argentina, como resultado da aplicação de políticas neoliberais ao longo da década anterior.

À crise econômica sobreveio uma crise política e social que alterou significativamente a estrutura do território político argentino, recebendo novas forças e representações em seu cenário, os quais encamparam a reestruturação de uma economia destruída pelo default de 2001. Mas a experiência do resultado prático de políticas neoliberais durante os anos de Menem e Cavallo não pareceu ter se inculcado na memória política dos argentinos. Após pouco mais de um decênio de hegemonia política de políticas endógenas de promoção do crescimento a partir da recuperação da demanda interna, e em que a ingerência do FMI nas políticas foi bastante reduzida, período no qual se observou a recuperação econômica do país, ganhou espaço novamente o neoliberalismo, com basicamente o mesmo discurso dos anos 1990: liberalização, privatizações, abertura comercial irrestrita e submissão aos ditames do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, os mesmos órgãos que regeram a destruição econômica da Argentina no final do século XX. Mais do que sugerir uma interpretação puramente “econômica” para essa nova reviravolta neoliberal na Argentina, estas notas buscam oferecer subsídio para o entendimento dessa nova realização do chamado “ciclo político argentino”, fenômeno observado desde meados do século passado,

durante o peronismo, e agora, ao fim do ciclo iniciado após a hecatombe de 2001, com a eleição do neoliberal Macri para a presidência do país em 2015.

Palavras-Chave: Argentina; Neoliberalismo; Crise; Ciclo; Política Econômica.


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