INTERNATIONAL EMBARGOES AND DEFENSE INDUSTRIES: INTERNATIONAL SANCTIONS AND THEIR EFFECTS ON INDIGENOUS WEAPONS PRODUCTION
Resumo
Este artigo investiga os efeitos dos embargos internacionais no desenvolvimento das indústrias de defesa em países emergentes. A hipótese é que os embargos limitam diretamente a capacidade dos países emergentes de conceber e fabricar produtos de defesa, principalmente ao restringir o acesso à tecnologia e aos mercados. Os embargos também afetam países com alguma capacidade de produção, cuja dependência de tecnologia estrangeira para conteúdos sensíveis os torna vulneráveis a choques exógenos. É utilizado o método histórico-comparativo, valendo-se dos casos do Brasil, da Índia, da Turquia e da África do Sul para testar as relações de necessidade e suficiência entre os embargos internacionais e o desenvolvimento de indústrias de armas. Os casos são selecionados entre o conjunto de dados SIPRI Arms Industries, no período 2002-2018, considerando países que não estão entre as economias avançadas do Fundo Monetário Internacional e países definidos pelo Banco Mundial como Países de Renda Média. O estudo analisa os casos de 1945 a 2018, para explorar toda a extensão do processo de industrialização da defesa no pós-Segunda Guerra Mundial, considerando três diferentes distribuições internacionais de poder ao longo deste período: distribuição bipolar, momento unipolar e multipolaridade desequilibrada. Fontes primárias, como balanços internos, orçamentos e documentos de política, e fontes secundárias, filtradas através de revisão bibliográfica, são utilizadas para reunir as informações necessárias em cada país. As conclusões sugerem que os embargos internacionais têm um impacto significativo no desenvolvimento das indústrias de defesa nos países emergentes, limitando o seu acesso à tecnologia, aos mercados e aos fatores de produção especializados, forçando-os a investir em estratégias de substituição de importações com resultados limitados nos mercados internacionais. Os estudos de caso revelam a importância das capacidades tecnológicas nacionais, da estabilidade política e da coordenação entre os diferentes intervenientes no desenvolvimento de indústrias de defesa bem-sucedidas nos países emergentes. Além disso, os resultados sugerem que os países que se especializaram em nichos tecnológicos são mais propensos a ter sucesso nos mercados internacionais.
Palavras-chave: Ciência e tecnologia; Indústria de Defesa; Embargos tecnológicos.
Abstract: This paper investigates the effects of international embargoes on the development of indigenous defense industries in emerging countries. The hypothesis is that embargoes directly limit the capacity of emerging countries to design and manufacture defense products, mostly by restraining access to technology and markets. Embargoes also affect countries with some manufacturing capability, whose reliance on foreign technology for sensitive content makes them vulnerable to exogenous shocks. The historical-comparative method is used, drawing on the cases of Brazil, India, Turkey and South Africa to test the relations of necessity and sufficiency between international embargoes and the development of indigenous arms industries. The cases are selected among SIPRI Arms Industries Dataset, in the period of 2002-2018, considering countries that are not among International Monetary Fund advanced economies and countries defined by the World Bank as Middle-Income Countries. The study analyzes the cases from 1945 to 2018, to explore the full extent of the process of defense industrialization in the post-World War II, considering three different international power distributions along this period: bipolar distribution, unipolar moment and unbalanced multipolarity. Primary sources, such as internal balances, budgets and policy papers, and secondary sources, filtered through bibliographical review, are used to gather the necessary information in each country. The findings suggest that international embargoes have a significant impact on the development of indigenous defense industries in emerging countries, limiting their access to technology, markets and specialized inputs, forcing them to invest in import substitution strategies with limited results in international markets. The case studies reveal the importance of domestic technological capabilities, policy stability and coordination among different actors in developing successful indigenous defense industries in emerging countries. Also, the results suggests that the countries that specialized in technological niches are more prone to succeed in international markets.
Keywords: Science and technology; Defense Industry; Tecnological embargoes.
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