SOB A ESPADA DE DÂMOCLES: OS MILITARES NO BRASIL E A DEMOCRACIA TUTELADA

Aline Prado Atassio, Roque Pinto, Sócrates Jacobo Moquete Guzmán

Resumo


Durante os anos pós-ditadura militar os militares atuaram no Brasil sem grandes alardes, exercendo um poder silencioso, porém incisivo em assuntos militares e civis. Este texto, realizado através de uma vasta revisão bibliográfica, busca analisar essa atuação militar na história recente do Brasil e os consequências para a atualidade. A hipótese central é a de que os militares configurariam uma verdadeira espada de Dâmocles, suspensa pelo fio de rabo de cavalo (a volição de políticos e magistrados que têm sua própria pauta ética e política), a pender sobre a cabeça daqueles dos que representam a institucionalidade do Brasil. Desta forma, observa-se que no lapso temporal de 1985 a 2018, que vai do fim da ditadura de 64 até a eleição de Bolsonaro – que inaugurará um novo momento marcado por ataques sistemáticos aos pilares democráticos, institucionais e civilizacionais, e pelo aparelhamento sem precedentes do Estado pelos militares –, a caserna atuou como um verdadeiro tutor da democracia (e dos governos civis) e nos raros momentos em que foi confrontada operou abertamente para derrubar o poder constituído, reforçando a ideia de que não só os militares se colocam como os senhores da república, outorgando a si mesmos o direito de sustá-la, como também – contrariando o senso comum – jamais deixaram de fazer política, a seu modo.

Keywords: Forças Armadas, Relação civil-militar, democracia.



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