CLAUSEWITZ E A POLARIZAÇÃO MARÍTIMA NO SÉCULO XXI: UMA ORIENTAÇÃO TEÓRICA PARA A ESTRATÉGIA NACIONAL DE DEFESA

Luciano Ponce Carvalho Judice, Cleveland Maximino Jones

Resumo


Clausewitz foi o primeiro autor a aventar um princípio de polaridade, em que pese não o tenha desenvolvido, posto que não era um conceito central para a discussão teórica da natureza da guerra, na perspectiva de um observador de conflitos entre Estados Nacionais da Europa do início do século XIX. Dois séculos passados, Cabe agora uma revisita a tal princípio, que transcende e precede os conflitos armados, e é inerente às Relações Internacionais, envolvendo atores de um teatro mundial, estatais ou não. Tal esforço analítico visará não só aos antagonismos manifestos, o que associaremos à polaridade direta, manifesta, mas também possibilitará uma compreensão de um fenômeno mais sutil, a polarização indireta. Essa última surpreende os incautos, como o torpedeamento de navios mercantes brasileiros na Segunda Guerra mundial, e a esquecida Guerra da Lagosta, crise político-estratégica irrompida em 1963. Nesse contexto, será destacada a realidade marítima do século XXI, em que se acentua um quarto atributo contemporâneo do mar, fonte de recursos. Contrastar-se-á assim o Mar do Sul China e o Atlântico Sul, com destaque para o seu lado brasileiro, a Amazônia Azul, numa análise de antagonismos,

manifestos ou latentes, políticos, no primeiro caso, e de interesses estratégicos, no segundo. Perscrutamos assim das “batalhas oceanopolíticas” aos cabos de guerra marítimos por ativos energéticos de primeira grandeza — como o Polígono do Pré-sal, e outros que estão por vir. Tal estudo nos informa que não precisamos de antever inimigos hipotéticos, até porque os atores não estatais são difusos e difíceis de serem circunscritos, na defesa proativa dos interesses nacionais, como a Estratégia Nacional de Defesa nos orienta.

 

Abstract: Clausewitz was the first author to producing any principle of polarity, despite he has not developed it, since it wasn’t a central concept in the theoretical discussion of the nature of warfare, from the perspective of an observer of conflicts between nation-states of Europe in the early nineteenth century. Two centuries past, It is now a revisit to this principle, which transcends and precedes armed conflicts, and is inherent in international relations, involving actors in a world theater, state or not. This analytical effort will target not only the obvious antagonisms, which associate to direct polarity, visible, but will also provide an understanding of a more subtle phenomenon, indirect polarization. The latter surprises the unwary as the torpedoing of Brazilian merchant ships in World War II, and the forgotten Lobster War, a political and strategic crisis that has broken out in 1963. In this context, this article will highlight the maritime reality of the twenty-first century, in which accents a fourth sea attribute, a source. It will contrast thus the South China Sea and South Atlantic, especially his Brazilian side, the Blue Amazon, a antagonisms analysis, or apparent, politicians, in the first case and strategic interests, in the second . So we watch for the “oceanopolitical battles” to maritime war cable for energy assets of the first magnitude - as the Polygon Pre-salt, and others thar are coming. This study tells us that we need not to anticipate hypothetical enemies, because non-state actors are diffuse and difficult to circumscribe, in the

proactive defense of national interests, such as the National Defense Strategy guide us.


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